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25/10/2016
Capacete inteligente
Guilherme Bueno Francelino, de 37 anos, realizou um sonho na última semana ao ganhar o 1º lugar na categoria "Tecnologia Industrial Mecânica" da 10ª edição da Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps) com o "capacete wireless automatizado", que permite a motociclistas executar diferentes tarefas apenas com comandos de voz.
“O mais interessante é que 80% do projeto foi feito de sucata. Foram utilizados materiais já queimados, placas de comando de computadores quebrados. Gastamos no máximo R$ 50. Hoje, uma tecnologia dessas sai por R$1 mil", disse Francelino, que apresentou a proposta ao lado de Kelven Ademir Barbieri e Leonardo Silva Riqueto.
Agora que a ideia ganhou vida, o grupo de Araraquara (SP) quer dar um passo além: disponibilizar a tecnologia para aumentar a segurança dos motociclistas no país. "Não tenho palavras para o que estou sentindo”, resumiu o ex-aluno da Etec Professora Anna de Oliveira Ferraz.
Conceito
Todo o projeto é comandado pela voz do motociclista. A função inicial do sistema era abrir e fechar a viseira assim que a moto fosse acionada, mas o conceito foi ampliado.
Com a ajuda de placas, controladores e peças de computadores usados, os estudantes conseguiram fazer com que a moto ligasse assim que o capacete se fechasse.
“Nosso objetivo era que o motociclista não precisasse tirar a mão do guidão para abaixar a viseira e evitar qualquer acidente, além de seguir as leis de trânsito, porque a viseira levantada é proibida. Para chegar a essa ideia entrevistamos muitos motoqueiros”, contou Francelino.
Também foram feitas adaptações para evitar assaltos. A moto passou a ser ligada somente com o comando de voz do dono, assim, se alguém tentasse roubá-la, só conseguiria andar por uma distância de 20 metros e o propretário poderia desligar o motor com uma palavra.
Outro sistema desenvolvido para a prevenção de crimes é o de acionamento automático da garagem por comando de voz. Com a palavra "garagem", o portão abre e fecha.
Ideia
De acordo com Francelino, a ideia surgiu em uma conversa com o professor Reinaldo Haddad. O orientador mostrou ao grupo invenções premiadas e o projeto foi planejado durante um ano e meio como trabalho de conclusão do curso técnico em mecatrônica.
“Como eu me acidentei de moto, pensei em fazer algo em relação à segurança, e então nos lembramos do projeto. Pesquisamos como íamos fazer e começamos a estudar tutoriais e vídeos na internet", disse.
Para o orientador, o capricho com que a ideia foi executada fez a diferença. “Achei um projeto muito legal, já que o Guilherme sempre foi um aluno muito esforçado e logo de cara aprendeu, foi quando vimos que iria dar certo”, contou Haddad.
Sonho
Formado em mecânica e elétrica, Francelino disse que sempre teve vontade de cursar mecatrônica, e foi na área que conseguiu mostrar seu talento.
“Foi um sonho que se realizou, e agora ainda mais. Quando recebemos o prêmio foi muito gratificante, pois batalhamos muito para que o projeto funcionasse e nos dedicamos para isso", afirmou o inventor, que agora busca parceiros para colocar o produto no mercado.
“Nossa ideia é que o motociclista vá à loja e saia de lá com o capacete já adaptado”.