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27/07/2020

O PÓS PANDEMIA SOBRE DUAS RODAS

O PÓS PANDEMIA SOBRE DUAS RODAS

Mesmo em ritmo de incerteza, continuamos com nossas atividades sem saber como será o amanhã e como será a pós pandemia. Nesse momento quais medidas efetivas poderemos tomar? São muitas as questões que ainda pairam em muitos setores da economia e da sociedade como um todo. Muitas coisas serão repensadas. A Covid-19 ressaltou as muitas desigualdades de um País doente que tentava se recuperar de forma arrastada. Uma sucessão de erros de tantos anos na economia, na saúde, na educação, na habitação e no saneamento básico, anos de erros que estão nos custando tanto nesse momento. A impressão que temos é que começamos errado e que continuamos no caminho errado. A quarentena mal planejada, o isolamento precoce, geraram um custo social e político difícil de serem sustentados. 

Dentro do “novo normal” uma estrela se consolidou: a Motocicleta. Sim, com muitas vantagens que todos conhecemos, agilidade, economia, já são feitos modelos menos poluentes a moto ganhou destaque durante a pandemia. Principalmente como uma fonte de renda para aqueles que perderam seus empregos com carteira assinada. Os entregadores ganharam destaque durante essa fase crítica de isolamento pela qual passamos. Como já falei aqui nesse espaço, eles foram responsáveis diretos para que as pessoas pudessem ficar em casa e tivessem suas entregas garantidas no conforto do lar.

Infelizmente a moto no trânsito caótico das grandes cidades é considerada como um transtorno, como um problema. Mas longe disso a motocicleta é uma solução para a mobilidade urbana. Muito marginalizados a moto e o condutor, não recebem a merecida atenção. Tanto quanto em um carro, o que causa o acidente é o condutor não o veículo. Diante desse cenário, que ganhou tanto destaque, faz muito sentido aprofundarmos essa discussão e cobrarmos políticas públicas efetivas nesse sentido. Tanto para os que trabalham com a moto, quanto aqueles que a utilizam para ir ao trabalho, tornando o trânsito bem menos carregado do que o normal. 

Precisamos voltar o olhar para o futuro e analisar o mundo que vem pela frente, o pós pandemia. Os entregadores mantiveram toda uma cadeia produtiva ativa. Essa categoria precisa ser retirada do limbo, não mais classificada como sub emprego. Precisa de uma legislação eficiente, de educação financeira e de trânsito. Colaborar principalmente para que a categoria seja reconhecida como um nicho econômico e que precisa ter os direitos trabalhistas reconhecidos e preservados. 

Durante a pandemia o transporte individual tornou-se garantia para que a contaminação fosse menor. Vimos nas últimas semanas, principalmente em São Paulo, que durante a retomada gradual e faseada da reabertura do comércio o transporte coletivo ficou lotado, favorecendo a aglomeração e assim a disseminação do coronavírus. A motocicleta é indispensável para que o trânsito brasileiro resista mais um tempo ao colapso da falta de planejamento multimodal. Respeitem a motocicleta!

Coluna publicada na Revista Motociclismo de julho 2020.

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