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26/11/2025

DESAFIOS DAS MOTOS ELÉTRICAS NO BRASIL

DESAFIOS DAS MOTOS ELÉTRICAS NO BRASIL

O Brasil apresenta vários avanços que indicam que o mercado de motos elétricas está amadurecendo, mas ainda faltam vários elementos para que o país esteja plenamente pronto para a eletrificação das duas rodas como em países mais desenvolvidos. Alguns aspectos mostram que estamos avançando, o volume de vendas de motos elétricas está crescendo rapidamente. Já existem marcas e modelos, nacionais ou importados, com preços mais acessíveis. Mas apesar dos avanços, ainda há vários obstáculos que impedem que digamos “O Brasil está 100% pronto”, para as motos elétricas.

Mesmo para motos elétricas já existentes, autonomia e preço ainda são fatores limitantes. Outro ponto delicado é a infraestrutura de recarga. A rede de recarga, troca e descarte de baterias, padronização, regulamentação ainda estão em processo de desenvolvimento. E comparado ao mercado de motos a combustão, há menos opções de modelos elétricos de média e grande cilindrada. Faltam também incentivos fiscais e políticas públicas, para que se adote esse modelo nas cidades para uso próprio ou entregas.

Então, o Brasil está pronto? Podemos responder da seguinte forma: Para uso urbano, entregas e deslocamentos diários: Sim — o Brasil já está bastante pronto. Quem quer uma moto elétrica para cidade, deslocamento urbano ou entregas encontra boas opções e o contexto é cada vez mais favorável. Para adoção em massa e para todos os usos (rodovia, longas distâncias, substituição total de motos a combustão em todas categorias): Ainda não completamente. Há etapas de infraestrutura, preço, variedade de modelos e políticas públicas que precisam amadurecer. Além disso podemos constatar que falta mão de obra especializada, pois por exemplo, o sistema elétrico de uma moto elétrica é completamente diferente de uma com motor a combustão. Muitos mecânicos e oficinas não têm ainda, formação nem equipamentos adequados para diagnosticar e reparar problemas em baterias, módulos controladores e motores elétricos. Como resultado disso, os donos de motos elétricas dependem quase exclusivamente da assistência das marcas, que ainda são poucas e concentradas em grandes cidades. Além disso cursos técnicos e de capacitação para essa modalidade estão apenas começando.

Na prática ainda é mais difícil no Brasil por falta de regulamentação, suporte técnico, peças e padronização. Esse debate precisa ser aprofundado e muito bem discutido para que os consumidores não fiquem a pé.

Um forte abraço,

Orlando Cesar Leone

Presidente da Anfamoto

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